One piece Um Viajante Espacial

Chapter 15: Capítulo 15: O Orgulho dos Guerreiros



O convés do Baratie ainda tremia, ecos da batalha entre Zoro e Mihawk reverberando no ar salgado. O cheiro de metal queimado e pólvora pairava, misturando-se ao aroma familiar de peixe fresco que vinha da cozinha. Don Krieg, uma montanha de músculos e arrogância, avançava em direção a Mihawk, seus passos pesados ecoando como trovões.

"Tch... então você é o Dracule Mihawk," Krieg rosnou, a voz grave cortando o silêncio tenso. Seus olhos, pequenos e cruéis, fixaram-se no espadachim de olhos de falcão, que permanecia impassível. "Eu sou Don Krieg, o homem que irá dominar o East Blue e, eventualmente, a Grand Line!" Ele abriu seu manto, revelando um arsenal de armas que brilhavam à luz do sol, cada peça um testemunho de sua obsessão por poder. "Você pode ter derrotado aquele espadachim tolo, mas duvido que possa enfrentar todo o meu poder de fogo!"

Mihawk, ainda segurando Yoru com a mesma calma de sempre, lançou um olhar entediado para Krieg. "Hmph. Você está me ameaçando, inseto?" Uma brisa suave agitou seus cabelos negros, e o mar, calmo como um espelho, refletia a indiferença em seus olhos dourados.

Os piratas de Krieg recuaram instintivamente, o medo palpável em seus rostos, mas Krieg manteve sua pose arrogante. "Com minha frota e meus recursos, eu posso varrer qualquer um do meu caminho!" Ele ergueu um canhão de braço, a ponta fria e ameaçadora apontada diretamente para Mihawk. "Isso inclui você!"

Mihawk suspirou, fechando os olhos por um momento. Em sua mente, a arrogância de Krieg era apenas mais um ruído irritante, uma mosca zumbindo em um dia ensolarado. "Se você deseja tanto a morte," ele murmurou, a voz baixa e fria como o aço, "posso conceder esse desejo."

Antes que Krieg pudesse reagir, Mihawk desapareceu. Um vento cortante soprou, e Krieg sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele percebeu, com um calafrio de terror, que Mihawk poderia tê-lo matado ali mesmo, sem sequer suar. Uma linha fina, quase invisível, surgiu na armadura de Krieg, e um pedaço de metal, cortado com precisão cirúrgica, caiu ao chão com um clangor metálico.

Krieg engoliu em seco, a raiva fervendo em seu peito, mas o medo o paralisou. Ele sabia, no fundo, que não poderia fazer nada contra aquele homem.

Sem dizer mais nada, Mihawk virou as costas para Krieg, caminhando em direção ao seu pequeno navio caixão. Subiu a bordo, a madeira rangendo sob seus pés, e partiu calmamente pelo mar, ignorando completamente Don Krieg e sua fúria impotente.

Krieg, humilhado e furioso, cerrou os punhos com força, as juntas brancas como giz. "Tch... idiota," ele rosnou, a voz carregada de veneno. "Eu não preciso dele! Eu ainda vou conquistar tudo!"

Johnny avançou contra Pearl, que ria arrogantemente, o som estridente ecoando pelo convés. "Hehehe! Meu nome é Pearl, e minha defesa é impenetrável! Você nunca conseguirá me acertar, seu inseto!"

Johnny girou suas espadas, a determinação brilhando em seus olhos. "Eu não preciso acertar você várias vezes. Apenas uma será suficiente!" Ele pensou em sua vila, nas pessoas que o esperavam, e isso lhe deu forças.

Pearl bateu palmas contra seu próprio peito, as placas de metal tilintando como sinos de guerra. "Então venha! Eu sou invencível!" Ele girou, usando seus escudos para tentar esmagar Johnny, que esquivou com a agilidade de um gato.

A batalha se intensificou, Johnny atacando com habilidade, cada golpe sendo bloqueado pelas camadas metálicas de Pearl. A cada bloqueio, a frustração crescia, mas ele se manteve calmo. Pearl ria, disparando ataques brutais, quase acertando Johnny diversas vezes. A brisa salgada chicoteava o rosto de Johnny, e o cheiro de suor e metal queimado enchia suas narinas.

Mas então, Johnny sorriu, um sorriso de quem havia encontrado a resposta para um enigma. "Agora entendi. Sua defesa é forte, mas sua movimentação é lenta!" Ele percebeu que Pearl era como uma tartaruga em uma armadura, lento e previsível.

Pearl se enfureceu, o rosto vermelho de raiva. "O QUÊ?!"

Johnny esperou o momento certo, o coração batendo forte no peito. Quando Pearl tentou esmagá-lo com um golpe poderoso, ele saltou por cima, impulsionando-se com a força de seus músculos treinados. Em um movimento rápido e preciso, ele encontrou uma pequena abertura na lateral do pescoço de Pearl, onde a armadura era mais fina. O corte foi preciso, um fio de sangue escarlate surgindo na pele pálida de Pearl.

"Maldito!" Pearl gritou, cambaleando, a mão pressionada contra o ferimento. "Isso não acabou!" Mas Johnny viu o medo em seus olhos, a confiança inabalável finalmente rachando.

Pearl, cambaleando, cuspiu sangue no convés, os olhos arregalados de incredulidade. "Impossível... minha defesa é perfeita!" Ele ergueu os escudos, tentando desesperadamente se recompor, mas a confiança havia se esvaído.

Johnny, com a respiração pesada, mas os olhos brilhando com determinação, avançou. "Não existe defesa perfeita, Pearl. Só existe quem não encontrou a fraqueza dela." Ele girou as espadas, a lâmina reluzindo à luz do sol. "E eu encontrei a sua."

Pearl tentou bloquear, mas Johnny era mais rápido. Ele desviou dos escudos, usando a agilidade para se mover como um raio, e atacou com uma série de golpes precisos. Os escudos de Pearl tilintavam, cada golpe reverberando pelo convés, e as placas de metal começaram a ceder, rachando sob a pressão.

"Você é fraco!" Johnny gritou, a voz carregada de determinação. "Você se esconde atrás dessa armadura, mas não passa de um covarde!"

Pearl rugiu, furioso, e tentou um último ataque desesperado, girando os escudos com toda a sua força. Mas Johnny previu o movimento, saltou por cima dos escudos e desferiu um golpe final, certeiro, no ponto fraco do pescoço de Pearl.

Pearl caiu de joelhos, os escudos tilintando no convés, e tombou para frente, derrotado. Johnny, com a respiração ofegante, ergueu as espadas, a vitória amarga em seus olhos. Ele havia provado que não era apenas um caçador de recompensas, mas um guerreiro.

Enquanto isso, Yosaku enfrentava Rongo, um dos espadachins mais habilidosos do bando de Krieg. Rongo, com sua lâmina larga e sorriso zombeteiro, olhava para Yosaku com desprezo.

"Hah! Você acha que pode me enfrentar? Seu estilo é amador!" Rongo zombou, avançando com um golpe brutal, a lâmina cortando o ar com um assobio ameaçador.

Yosaku bloqueou com sua própria espada, os metais tilintando com força. "Eu treinei duro! Não sou mais o mesmo de antes!" Ele pensou em sua família, em sua vila, e a determinação o invadiu.

A luta prosseguiu, os dois trocando golpes em alta velocidade. Rongo era forte, mas Yosaku demonstrava reflexos e força surpreendentes. A cada golpe, Yosaku sentia a adrenalina pulsando em suas veias, a concentração afiada como uma lâmina. Ele começou a antecipar os ataques de Rongo, desviando no último segundo e contra-atacando com cortes limpos.

Rongo rosnou, percebendo que estava perdendo. "Maldito! Como ficou tão forte?!"

Yosaku sorriu, um sorriso de quem havia superado seus limites. "Eu treinei para proteger aqueles que amo!" Ele pensou em seus amigos, em Luffy, e a força o invadiu.

Com um movimento rápido, ele girou a lâmina e desferiu um corte diagonal que atravessou a defesa de Rongo, derrubando-o no chão. O inimigo gemeu de dor, derrotado, a surpresa e a incredulidade estampadas em seu rosto.

Sanji e Gin se encaravam, o cozinheiro assumindo sua postura de luta, enquanto Gin segurava seu tonfa de metal com hesitação. O cheiro de cigarro e suor pairava entre eles, misturado ao aroma de comida do Baratie.

"Sanji... eu não quero lutar contra você," Gin murmurou, a voz embargada pela emoção. Ele pensou na comida que Sanji lhe ofereceu, no calor humano que encontrou no Baratie, e sentiu um aperto no peito. "Você me mostrou que ainda existe bondade no mundo."

Sanji suspirou, acendendo um cigarro. "Então não lute. Simples assim." Ele olhou nos olhos de Gin, vendo a luta interna que o consumia. "Você não precisa seguir esse caminho, Gin. Você pode escolher outro futuro."

Gin apertou os dentes, respirou fundo e atacou. Sanji desviou no último momento e tentou um chute, mas Gin bloqueou com dificuldade. O combate começou, ambos trocando golpes poderosos. Gin era forte, e sua experiência em batalha fazia dele um oponente digno. Sanji, por outro lado, exibia uma agilidade superior, evitando ataques e desferindo chutes precisos.

Mas à medida que a luta se prolongava, Gin começou a fraquejar. Ele pensou em Krieg, em sua crueldade e sede de poder, e sentiu um nojo profundo. "Isso não está certo..." Gin disse, sua respiração pesada. "Você me deu comida... e agora estou retribuindo com violência..."

Sanji recuou ligeiramente, percebendo o conflito interno de Gin. "Então pare com isso. Você não precisa fazer o que aquele maldito Krieg manda." Ele viu a dúvida nos olhos de Gin, a luta entre a lealdade e a consciência. "Você pode escolher seu próprio caminho, Gin. Você não precisa ser escravo de ninguém."

Gin caiu de joelhos, soltando suas armas, o metal tilintando no convés. "Não posso mais continuar com isso. Krieg... precisamos encontrar outro navio. Esqueça o Baratie." Ele olhou para Sanji, os olhos marejados de lágrimas. "Eu não quero mais ser parte disso."

O rosto de Krieg se contorceu em uma fúria grotesca. "TRAIDOR!" Ele sacou uma pistola, a mão tremendo de raiva. "Você ousa se voltar contra mim?! Então morra!"

Antes que Krieg pudesse apertar o gatilho, um punho esticado surgiu do nada, acertando-o em cheio no rosto. POW! O impacto foi tão forte que Krieg foi arremessado para trás, batendo com força na parede do Baratie.

Luffy surgiu, um sorriso largo e despreocupado no rosto. "Agora sim as coisas vão ficar divertidas!" Ele olhou para Gin, que ainda estava ajoelhado, a cabeça baixa. "Você está bem, Gin?"

Gin levantou a cabeça, os olhos marejados de gratidão. "Sim... obrigado, Luffy." Ele olhou para Sanji, que o encarava com um olhar compreensivo. "Obrigado, Sanji. Você me mostrou que ainda existe esperança."

Luffy assentiu, voltando sua atenção para Krieg, que se levantava com dificuldade, o rosto inchado e vermelho. "Você é um cara muito malvado, Krieg," Luffy disse, a voz séria. "Ninguém machuca meus amigos!"

A batalha pelo Baratie estava longe de terminar. A tripulação de Krieg, ainda em choque com a traição de Gin e o ataque de Luffy, se preparava para o combate. O convés do navio restaurante se transformaria em um campo de batalha, onde o orgulho e a lealdade seriam testados.

Enquanto isso, em algum lugar no mar, o pequeno navio caixão de Mihawk deslizava pelas ondas, rumo a um destino desconhecido. O espadachim de olhos de falcão, impassível como sempre, observava o horizonte, a mente livre de preocupações. Ele não se importava com a batalha que se desenrolava no Baratie. Para ele, aqueles piratas eram apenas insetos, irrelevantes em sua busca pela força suprema.

A batalha no Baratie se intensificou, com os piratas de Krieg atacando com fúria, determinados a vingar a traição de Gin e a derrota de Pearl. Luffy, com sua energia inesgotável, liderava a defesa, usando sua elasticidade para desviar dos ataques e desferir golpes poderosos.

Sanji, com seus chutes precisos, lutava ao lado de Luffy, protegendo os cozinheiros do Baratie e mantendo os piratas de Krieg afastados. Johnny e Yosaku, com suas espadas afiadas, enfrentavam os espadachins de Krieg, demonstrando a força que haviam adquirido durante a jornada.

Os cozinheiros do Baratie, armados com facas e panelas, lutavam com coragem, usando suas habilidades culinárias para criar armadilhas e distrações. Zeff, com seu olhar severo, liderava a defesa, inspirando seus homens com sua coragem e experiência.

A batalha era caótica, com piratas e cozinheiros lutando lado a lado, o clangor das espadas e os gritos de guerra ecoando pelo convés. Mas, no meio do caos, a determinação e a coragem dos defensores do Baratie começaram a virar a maré da batalha.


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