The Last Bloodline: Rise of the Abandoned Mage

Chapter 2: Chapter 2: Ashes and Blood



A floresta serpenteava ao redor do túmulo, como se a própria natureza tentasse esconder o que ali dormia. Ervas ancestrais vibravam ao toque do vento, e árvores com troncos ocos sussurravam nomes esquecidos.

No coração desta selva viva, Sofia Kalter lutou.

Aos quinze anos, ela era uma maga de manifestação latente, sintonizada com a Força Primordial da Raiz. Seus cabelos castanho-avermelhados flutuavam como folhas em um vendaval, e seus olhos esmeralda ardiam de fúria e concentração. Seu corpo dançava entre videiras, rochas vivas e um monstro grotesco — uma criatura feita de casca retorcida e espinhos pulsantes, com membros como raízes mutantes e olhos ocos pingando seiva negra.

"É melhor que a Mestra tenha um bom motivo para me enviar em uma missão suicida!", rosnou Sofia Kalter, desviando de um golpe que destruiu uma árvore petrificada. "Mas depois de quase três meses, consegui o que ela pediu... huff!"

Ela estava ferida. Sangue escorria de sua testa e ombro. Mas seus pés continuavam se movendo. Cada passo ativava runas enterradas no chão. Videiras brotavam ao seu comando, estalando como chicotes contra a criatura.

O monstro rugiu, sacudindo a terra. Partes do seu corpo se soltaram e rastejaram pelas bordas, tentando cercá-la.

Sofia Kalter tirou o colar dourado brilhante que acabara de tirar do túmulo — uma relíquia.

Relíquias, naquele mundo, eram fragmentos ancestrais de magia cristalizada. Eram fragmentos de Forças Primordiais em forma bruta ou encapsulada. Quando um mago se sintonizava com uma delas, seu poder podia se fundir com seu núcleo ou transformar sua manifestação.

Ela agarrou o colar com os dedos encharcados de suor. As runas na peça brilharam — e a floresta respondeu.

Raízes irromperam do solo como serpentes famintas, empalando o monstro por todos os lados. Seus olhos se arregalaram em um grito silencioso e, finalmente, seu corpo desabou como uma pilha de galhos ocos.

Sofia caiu de joelhos, ofegante. As raízes afundaram novamente na terra e o colar esfriou.

"Essa... foi por pouco."

Ela olhou para o céu bloqueado pela copa das árvores e sussurrou:

"Missão cumprida."

Mas a missão não havia terminado.

A relíquia brilhou mais intensamente — e então, o chão tremeu.

Uma explosão de fumaça e gritos. Do outro lado da clareira, quatro figuras encapuzadas emergiram das árvores. Eram magos. Ladrões de tumbas. Reconhecíveis por suas capas vermelhas desgastadas e tatuagens pretas sob os olhos.

"A garotinha fez o trabalho para nós", disse um deles, com um sorriso torto. "Largue o colar e talvez a gente deixe você viver."

Sofia levantou-se com dificuldade, limpando o sangue do rosto.

"Você pode tentar pegá-lo."

O primeiro mago levantou a mão. Do chão, estalagmites negras se erguiam como lanças. "Ela não parece tão forte", pensou ele, confiante, enquanto moldava as pedras. "Só preciso distraí-la."

Sofia saltou, girando no ar. As raízes a seguiram. Trepadeiras brotaram de seus braços e prenderam dois inimigos antes que pudessem reagir. Um deles, surpreso, pensou: "Como ela é tão rápida? Isso não faz sentido..."

O terceiro disparou uma rajada de fogo, mas Sofia se abaixou e disparou como um raio. "Ela deveria estar exausta!", pensou ele, segundos antes de um soco coberto de runas atingir seu peito, lançando-o contra uma árvore com um estalo seco.

O quarto mago recuou, ativando um selo no chão. A terra se abriu sob Sofia. Ela caiu por um instante, mas foi presa por raízes que subiam em espiral, formando uma escada viva.

"Você não tem ideia com quem se meteu!" ela gritou, ativando o colar novamente.

A relíquia flamejou. A clareira inteira tremeu. Troncos de árvores se partiram. Flores negras floresceram instantaneamente. Do solo surgiu uma criatura de pura manifestação latente — um gigante de casca e espinhos, com olhos esmeralda e uma aura ancestral.

"Guardião da Tumba", murmurou um dos invasores, agora em pânico.

Sofia apontou para eles.

"Eliminar."

O Guardião avançou. Um golpe esmagou dois magos. Os outros tentaram fugir, mas raízes se enrolaram em suas pernas. Eles gritaram. Eles imploraram. Sofia não piscou.

"Invadir túmulos sagrados tem um preço."

Um rugido. Silêncio. E sangue.

A relíquia brilhou uma última vez e escureceu, satisfeita.

Sofia respirou fundo. Limpou os joelhos e o rosto. Pegou o colar e o prendeu no pescoço.

"Agora está feito. Missão... completa."

Enquanto isso, o sol brilhava em seu auge sobre as pedras eternas do Vale Sem Fim. No santuário subterrâneo, Diaz treinava com Asla.

Ele empunhava uma espada de metal escurecido, um presente de Asla, forjada com ferro vivo das profundezas. Asla, em contraste, era pura manifestação canalizada. Seu corpo flamejava como carne em brasa, seus olhos eram fendas incandescentes, e cada movimento deixava um rastro de calor no ar.

Diaz atacou com fúria. Golpes horizontais, estocadas, giros completos — tudo na tentativa de tocá-la. Ele sentiu a tensão em cada músculo, a raiva comprimida por tudo o que havia perdido, tudo o que ainda não entendia. "Preciso vencer... só uma vez. Preciso provar que não sou um fracasso."

Asla não usou armas. Apenas punhos e pernas. Mas seu corpo flamejante era mais mortal que qualquer lâmina. Um soco estilhaçou o chão. Um chute jogou Diaz contra os pilares. Mesmo assim, ele se levantou. Sempre.

"Vamos, garoto. Mais rápido!" ela rugiu, desviando de um golpe e batendo seu punho flamejante no ombro dele.

Diaz gritou, mas girou com o impacto, tentando atacá-la por baixo. Ela saltou, girando no ar, e aterrissou com os dois pés, explodindo o campo em calor.

Mas então... algo quebrou.

O tempo se dobrou. As chamas congelaram. A poeira pairava imóvel. Asla ficou imóvel no meio do golpe.

Diaz ofegava. Seu corpo tremia. Seus olhos, sem aviso, brilharam com uma luz prateada. E no centro do peito — bem onde Asla o atingira — algo pulsava sob a pele.

Um cristal. (Seu núcleo interno finalmente ressoou)

"Mantenha a mente aberta. Não perca o foco", alertou Asla, com a firmeza de quem guarda o nascimento de um deus.

Diante dele, o Núcleo flutuava.

Tinha uma forma irregular, translúcida como vidro etéreo, com rachaduras internas girando em espirais vivas. Sua cor era impossível: um prateado mutante tingido de azul profundo e preto abissal, dançando com a luz como se fosse feito de tempo condensado.

"Agora... podemos falar sério", Asla sussurrou suavemente. O campo de batalha ao redor deles se desfez com o rugido de uma ventania antiga, como se o próprio mundo se curvasse.

Ela se aproximou.

Diaz, ofegante e com os joelhos tremendo, ainda sentia o sangue pulsar com um poder recém-despertado. Asla apontou para uma pedra cerimonial.

"Sente-se. Agora, você merece respostas."

Ele obedeceu. Suado. Cheio de cicatrizes. Vitorioso.

"A magia em Elyndros... não é conjurada. É revelada", começou Asla, quase reverentemente. "Todo ser nasce com uma Essência Oculta. Quando essa essência ressoa com uma Força Primordial, nasce o que poucos conseguem alcançar: o Núcleo Primordial."

Ela levantou a mão e convocou oito símbolos no ar, cada um pulsando com energia distinta.

"Existem sete Forças Primordiais conhecidas e uma quase desconhecida por todos os magos:

Cinzas, Sangue, Tempestade, Sombra, Areia, Raiz, Vazio e... Espaço-tempo. Este último foi apagado dos registros. Temido. Escondido. Apenas uma linhagem poderia carregá-lo.

Diaz franziu a testa.

"Minha mãe...?"

Asla assentiu, com os olhos brilhando como mil séculos.

Angeline era uma Enker. Uma das últimas, ao que parece. Ela carregava o legado do tempo e do espaço nos ossos.

Diaz viu, por um momento, seu rosto cansado costurando silêncio em vez de palavras.

"Mas... ninguém nunca me disse...!"

"Porque os Enker foram caçados como abominações", Asla apontou para o anel prateado e preto em seu dedo. "Este artefato simples... é o Núcleo-Matriz da Força do Espaço-Tempo. Uma relíquia lendária passada apenas para herdeiros diretos."

Ele olhou para o anel como se o visse pela primeira vez.

"Você sobreviveu à queda no Vale Sem Fim por causa disso. E também por minha causa. Um ancestral seu salvou minha vida há séculos. Em troca, jurei lealdade eterna à linhagem Enker."

"Lealdade...?" Diaz murmurou, confuso.

"Eu sou uma Fênix, Diaz. Uma fera mítica, uma lenda para o mundo. Mas para o Enker... eu sou o Guardião da Chama Eterna. O Primeiro Ancião. Eu renasço em ciclos... esperando pelo próximo portador da oitava força."

Ele a olhou como alguém que finalmente enxerga a raiz de si mesmo. Não mais apenas uma mentora. Mas um elo com um passado que ninguém ousava lembrar.

"Há mais", disse Asla, gravemente. "O segredo da sua linhagem está fragmentado. Mas há vestígios. Selos. Ecos. Um deles... está no Templo Esquecido, ao norte do continente."

Diaz cerrou os punhos.

"O que mais existe fora de Veledorn?"

"Um mundo não governado por reis ou conselhos", disse ela. "É dominado pela força, por clãs secretos, ordens ocultas, seitas que sacrificam crianças em troca de conhecimento proibido... Há piratas mágicos que saqueiam com feitiços de transmutação. Monges que guardam ruínas e matam sem aviso. E há zonas onde a própria magia se alimenta daqueles que nelas entram."

Ela olhou para ele seriamente.

"Todos esses grupos temem a oitava Força. E quando descobrirem que ela despertou... eles vão caçar vocês. Assim como caçaram os seus."

"Os Enker enfrentaram tudo isso?" ele perguntou, atordoado.

Um ancestral seu fez três reinos se ajoelharem em uma noite. Não com um exército. Mas com a estrutura do mundo. Ele rasgou o céu. Moveu cidades. Teletransportou palácios inteiros para o coração de vulcões.

Então... ele desapareceu. Os registros foram queimados. Chamaram-no de mito.

Mas ele existiu.

Assim como você existe."

Silêncio.

O fluxo mágico sussurrou em outra língua.

"Eu..." Diaz começou, com a voz rouca — "restaurarei o nome dos Enker. Trarei de volta nossa glória."

Asla sorriu, com orgulho selvagem.

"Sua raiva é o combustível certo para isso. E eu estou aqui... para seguir meu Senhor."

Ela estendeu a mão. Diaz a segurou. Pela primeira vez, o calor da Fênix não queimou. Apenas esquentou.

"Então me ensine a não me arrepender! Porque este mundo só conhecerá a paz... depois da minha ira!"

Asla assentiu. "Isso, só o mundo pode te ensinar. Mas eu... posso te preparar para arrasar."

Eles ficaram em silêncio. Lado a lado.

E Diaz sabia: sua jornada seria mais do que vingança.

Ele se levantou.

As runas em seu corpo pulsavam como um trovão preso sob sua pele. O Núcleo Primordial em seu peito queimava como um coração cósmico.

"Então me guie. Quero me tornar o mais forte da linhagem Enker."

Asla cruzou os braços, com os olhos orgulhosos.

"Não será fácil. Mas você está pronto. Há resquícios dos Enkers por aí. Esperando. Pelo Líder Prometido. Aquele que viria com a oitava força primordial."

Diaz respirou fundo.

"Então vamos começar. De hoje em diante... eu sou Diaz Enker."

Asla fechou os olhos e sorriu.

"Então me diga, Diaz Enker... o que você fará com esse poder?"

Ele olhou para o teto da caverna, onde as chamas dançavam como visões do futuro.

"Mostrarei ao mundo o verdadeiro poder de um Enker. Vingarei minha mãe. E não só isso..."

Seus olhos brilhavam como fendas no espaço.

"Unificarei Elyndros sob uma única bandeira. Um Império forjado pela ira... mas sustentado pela paz."

Asla deu um sorriso largo. Um sorriso que não continha nenhum aviso, apenas aceitação.

"Então deixe o mundo se preparar.

Porque Diaz não estava buscando justiça.

Ele era a sentença."

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